21 de setembro de 2014

o outono


























há dias em que as horas esticam, há dias em que o ponteiro dos minutos se arrasta e o dos segundos quase congela. são dias de rotinas, espartilhados em horários mas que ar matinal ao sabor do nosso pedalar contraria os gestos mecanizados que nos esperam pelo dia . regressamos pelo mesmo caminho, pés nos pedais, ar na cara e raios de sol a dourar-nos o cabelo. aterramos na areia e entramos pelo mar de outono adentro. chapinamos, chapinam e passo de personagem a espectadora de um filme relaxado. regressamos com os bolsos recheados de areia, o cabelo cheio de sal, poluídos por um lado e despoluídos de outro. o dia parece ter mais horas, tudo parece estar no lugar certo  do lado certo e não está. 

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eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982