5 de dezembro de 2012

capotada

























ainda não dei a mão à palmatória e muito menos a boca ao comprimido. estava remunerada mas tinha mais de 6 horas para a maternidade e desde há quase 5 anos frequento, nesse âmbito, o ensino superior em busca da pofissionalização. sei de antemão que nunca trarei o canudo mas nunca fui ao engano e por muitas apalpadelas que tenha dado nos primeiro meses fiz sempre muito trabalho de casa e investigação por conta própria. não me posso considerar, portanto, uma má aluna mesmo que saiba que neste curso os anos mais difíceis e exigentes estão por vir e o derradeiro estágio trará muito provavelmente uma sensação de vazio para a qual nos devíamos preparar com outro curso  (se calhar o síndrome do ninho vazio tem mais capítulos e o corropio abre e fecha gaveta a ver onde andamos nos entretantos, nós ou pelo menos uma parte de nós, tem outros capítulos.) sempre quis muito horas com eles, as boas e as más, as fáceis e as difíceis, as divertidas e as aborrecidas e queixei-me sempre com olhos brilhantes e "olheirudos". e depois, e depois quase ninguém está bem, em casa, no trabalho, sem trabalho, sem tempo, com tempo, etc. e ou isto ou aquilo. e num repente eles para mim as 24 horas num país diferente porque a família se quer junta. e no entretanto organiza e desorganiza que aos quatro anos precisam de continuar os dias estruturados e eles estavam com uma estrutura do nosso agrado. mais investigação, recolhas, horas de leituras e a emergir a educadora de infância que há em mim, há muitas coisas em mim, devia escrevê-lo no espelho da casa de banho por estes dias em letras gordas, organiza-se e ao fim de dois meses reconhece-se que não chega. não lhe chega, não nos chega. e pqp para isto que choveram muitos dias e finalmente nevou. e o bebé que deixa de o ser de dia para dia a crescer, lá pelo meio, engraçado, a fazer brotar palavras, habilidades várias e mais fraldas à mistura e menos comida no chão e a autonomia a explodir. estamos num centro de conexões mas isto não é uma viagem a ver o mundo e a viver aventuras, talvez tenha tido laivos de distração em que imaginei que sim que podia ser um bocadito, só mesmo um bocadito. as aventuras até as podemos viver, que as vivemos, mas em muitas horas de clausura e isso não nos está a fazer bem que isso eu sei racionalizar. que o maior é preguiçoso para mexer as pernas e eu não posso arrastar dois carrinhos por essa cidade fora. registo aqui mais regularmente as coisas boas que preciso ter um rescaldo permanente e pensar que mmmm não foi assim tão mau deixa-te de tretas. às vezes são mesmo muito pequeninas mas vasculho sempre a ver se as encontro. não me adianta muito o pudor nem a raionalização dos problemas porque tenho um faquir à minha frente, sei que ele não me há-de acertar com nenhuma mas também sei que para onde quer que me vire vou sentir desconforto porque me faltam umas coisas à direita e outras à esquerda, umas em cima e outras em baixo. e raios partam esta vida não é ela sempre assim? para todos? e não me venham com a treta do costume que aos que têm muito pode também faltar outro tanto, depressões, doenças, dúvidas, angustias, fatalidades, avarias grandes e pequenas não as temos todos? por pouco, por muito pouco e por muito? e isto ou aquilo.  sim o mínimo também todos o devíamos ter claro. existe a perfeição? estarei já a capotar? nem me interessa que não vou dar a mão à palmatória. para já derrapo pelo maior que não está bem horas demais enfiado nas mesmas paredes e a ver o meu focinho. não quero que viva o que vivi ou o que desejei viver ou o que gostaria que vivesse, tipo sonhar uma carreira que não alcancei para ele, por isso ando às apalpadelas porque nos trocamos as voltas. e depois a continuação fica assim para outros capítulos. e viverão felizes por muitos momentos do sempre sim?

3 comentários:

calita disse...

Sim, sim, claro que sim. "Felizes por muitos momentos do sempre" (adoro!).

Carla R. disse...

Não brinques com o fogo. Não existe por ai associações, ou coisa que te valha, onde as crianças possam ficar com outras crianças durante umas horas por semana, ou de vez em quando, para que possam ver outras realidades e tu possas respirar ? Principalmente no Inverno...

Mesmo quando estive com eles a tempo inteiro, iam uma ou duas manhãs por semana a uma halte garderie, às vezes, ficavam mesmo até às 16h, e eu podia ir à minha vida. Mesmo assim, capotei, agora nem quero imaginar se não tivesse recorrido a este estratagema...

madrid disse...

Concordo com a Carla R.!
Eu estive quse tres anos sem trabalhar e capotei, acredita...

eu vista por mim

eu vista por mim
novembro1982